Transversais Nacional Online
Érikah é professora, Samilla é funcionária pública. Caio José é paramédico, Kaio Lemos é pesquisador acadêmico. Mara é jornalista e mãe de uma adolescente. Os cinco têm origens, formações e classes sociais diferentes. Em comum, o fato de ter suas vidas atravessadas pela transexualidade.
Incansável trabalhador, o enfermeiro Caio José é dos entrevistados que melhor exemplificam o conteúdo do longa-metragem de estreia de Émerson Maranhão, que registra a luta por visibilidade de pessoas trans, no Ceará — mas, numa compreensão capacitada à extensão pelo Brasil, a partir da multiplicidade de desinformação e de preconceito na nação ainda infestada pelo machismo desmedido.
Caio José, o atendente do Samu que se desdobra entre vários empregos, não consegue conter a emoção, ao tratar do cotidiano que passa por lidar com partos inesperados. É para além do atestado de existência, autenticado pelas certidões de nascimentos que os personagens de Transversais lutam. A perseguição por uma mínima qualidade de vida é dos deveres abraçados com afinco pela funcionária pública Samilla. Distanciando a realização plena, com ser humano, das parafilias (socialmente associadas, em tempos obscuros, à perversão), Kaio Lemos, um pesquisador acadêmico, que segue o candomblé, é outra voz potente a ser citada na obra que teve produção de Allan Deberton (Pacarrete).
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