Pixinguinha, Um Homem Carinhoso Nacional Online
Vida e obra de Alfredo da Rocha Vianna Junior (1897-1973), o Pixinguinha, pai da MPB. Gênio incompreendido e muito à frente de seu tempo, só teve sua importância reconhecida muitos anos depois. A vida do famoso músico, menino negro de classe média baixa é contada desde suas primeiras performances antológicas na flauta; a composição de suas muitas obras primas, dentre as quais “Carinhoso” o verdadeiro hino popular brasileiro, que faz 100 anos em 2017; sua temporada de 6 meses em Paris em 1922 com o retumbante êxito de seu conjunto “Oito Batutas”; seus arranjos como primeiro diretor musical para a Victor americana nos anos 30, sua decadência e ressurgimento nos anos 40; sua consagração nos anos 60 pelas mãos das novas gerações da bossa nova e do jazz; e sua morte na igreja N. S. da Paz no Rio de Janeiro em pleno carnaval de 1973 durante a passagem da Banda de Ipanema.
A cinebiografia é um terreno repleto de armadilhas traiçoeiras. Pressupondo que alguém se debruce sobre uma trajetória por admirá-la, como evitar a canonização? Ao mesmo tempo, será que a simples menção de arestas torna o resultado menos parcial e hagiográfico? Pixinguinha: Um Homem Carinhoso tem como protagonista um dos baluartes da nossa música, uma figura incontornável quando o assunto é a cultura popular brasileira. Compositor de obras-primas consagradas pelo tempo, tais como “Carinhoso”, “Rosa”, “Urubu Malandro” e “Taí”, entre tantas outras canções que foram cristalizadas no imaginário da nação, Pixinguinha é observado no filme dirigido por Denise Saraceni e Allan Fiterman como um sujeito essencialmente boa praça. E os realizadores adotam uma estratégia infelizmente comum às cinebiografias: a tentativa de cobrir um extenso período de tempo, basicamente indo da infância à morte. Em vez de oferecer um recorte específico, de situar a personalidade dentro de circunstâncias indicativas/sintomáticas – a expectativa para um show, traços do âmbito doméstico, a imagem que dele tinham, etc. –, Denise e Allan preferem a convenção do “nasceu assim, morreu assim”. Portanto, vemos Pixinguinha desde a meninice numa casa suburbana repleta de carinho e musicalidade. E Seu Jorge, intérprete do protagonista a partir da vida adulta, narra tudo como testemunha.
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