Na Sua Casa ou na Minha? Dublado Online
A história segue Debbie (Reese Witherspoon) e Peter (Ashton Kutcher), grandes amigos há tempos, mas também bem diferentes um do outro. Debbie ama a vida tranquila que leva com o filho em Los Angeles, já Peter ama a correria de Nova York. Mesmo com a distância, os dois se falam todos os dias. É então que surge uma oportunidade para Debbie, só que ela deverá ir para Nova York, mas não pode deixar o filho sozinho do outro lado do país, na Califórnia. Ela pede para que Peter troque de casa com ela, por uma semana, assim ela conseguirá seguir seu sonho e ele cuidará de seu filho por um tempo na casa dela. Com o passar dos dias, ambos perceberão que a vida pode ser muito mais do que imaginavam.
O carisma de Ashton Kutcher e Reese Witherspoon é, naturalmente, o que mais nos chama a atenção nos primeiros cinco minutos de Na Sua Casa ou na Minha?, nova comédia romântica original da Netflix. Fregueses do gênero desde os idos dos anos 2000, ambos são aqui a força de um filme cansado, que tenta sustentar quase duas horas de duração com uma trama um tanto insípida e marcada por estereótipos exagerados do gênero. E com um humor que pouco funciona, mesmo com o talento orgânico de ambos, a produção dirigida e roteirizada por Aline Brosh McKenna não chega nem perto de um dos seus trabalhos de maior destaque – O Diabo Veste Prada.
E não que o esperado fosse o mesmo nível de brilhantismo do icônico clássico de 2006, co-roteirizado por McKenna. Mas a verdade é que Na Sua Casa ou na Minha? desperdiça sua excelente premissa, para entregar uma história que prefere focar muito mais em personagens caricatos, do que em sua genuína essência narrativa. Na trama, Debbie (Witherspoon) e Peter (Kutcher) são melhores amigos com um pequeno histórico amoroso, que vivem em cidades distintas. Em virtude de uma ocasião profissional, ambos decidem trocar de residência por uma semana, desencadeando em uma espiral de pequenas e grandes revelações íntimas que os farão reavaliar a longeva amizade. Obviamente – como qualquer boa comédia romântica, os sentimentos começam a mudar e florescer, após anos de repreensão.
A proposta de McKenna é, em teoria, excelente. Mostrando que muitas vezes o amor não nasce daquilo que queremos projetar para o mundo, mas sim do que mais buscamos reprimir e esconder em nós mesmos, Na Sua Casa ou na Minha? tem o seu coração no lugar certo e suas motivações são autênticas e realistas. Mas o mal desenvolvimento do roteiro é onde a cineasta nos perde. Forçando os principais tropos do gênero de comédia romântica a fim de produzir o seu humor, a diretora peca por supor que a audiência ainda acha graça em estereótipos repetitivos sem qualquer fração de originalidade. Replicando formatos como o do alívio cômico (o famoso sidekick) e a millennial descolada e “desconstruída”, Aline reduz os coadjuvantes Steve Zahn e Zoe Chao a meros bonecos de posto que servem para entreter os olhos, mas que nada de bom produzem.
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